Páginas

Desvendando o Projeto de Irrigação Santa Cruz do Apodi - Parte III - O Projeto.

Foto: Mestrado em Saúde Pública - Andrezza Pontes / 2012

Continuando a série, hoje iremos entrar, de fato, nos detalhes sobre o projeto: o que ele propõe, onde se instalará, e como se organiza. Os dados apresentados aqui, são oriundos de pesquisas e debates realizados por este blogueiro junto ao DNOCS. E sobre eles é necessário frisar que alguns podem ainda sofrerem alterações antes da implantação de fato do Perímetro Irrigado, mas a ideia central permanecerá a mesma.



O projeto visa desapropriar cerca de 13.855 hectares de terra para a implantação de um perímetro irrigado focado na fruticultura com foco na exportação. Vivem atualmente na área afetada direta e indiretamente cerca de 800 famílias dispostas em 30 comunidades rurais. Segundo dados do próprio DNOCS serão investidos cerca de R$ 275 milhões para a implantação, sendo cerca de R$ 243 milhões somente para a obra, R$ 20 milhões para desapropriações, e o resto para os demais custos.

Serão irrigados inicialmente 5937 hectares, dispostos da seguinte maneira:



Irrigante
Área Ocupada (ha)
%
Pequeno Produtor
1660
27,96%
Técnico Agrônomo
867
14,60%
Engenheiro Agrônomo
467
7,86%
Empresas
1869
31,48%
Assentamentos
1074
18,10%
Total
5937
100,00%



Sobre a tabela acima, é importante detalhar as características de cada um dos beneficiários:



Lotes Pequeno Produtor: 207 lotes de aproximadamente 8 hectares. Destinam-se justamente às pessoas físicas, agricultores, da região ou não. Em tese, qualquer pessoa pode entrar na concorrência por um lote desses, mas antes da disputa geral, é feita uma primeira triagem, onde alguns lotes são disponibilizados exclusivamente para quem faz parte dos atingidos pelo projeto. Finalizada esta primeira etapa, é feita uma nova concorrência onde todo mundo pode participar, inclusive aqueles que foram atingidos e não conseguiram, ou não tentaram, um lote na primeira tentativa.



Lotes Técnico Agrônomo: 51 lotes de 17 hectares. São reservados para os técnicos agrônomos, da região ou não, que apresentarem concorrência. A ideia que o DNOCS expõe para justificar a existência deste tipo de lote, é que os técnicos possuem conhecimento, e difundirão novas técnicas entre os participantes do projeto.



Lotes Engenheiro Agrônomo: 18 lotes de aproximadamente 26 hectares. Seguem os mesmo parâmetros de concorrência e justificativas dos lotes para técnicos agrônomos.



Lotes Empresa: 29 lotes de aproximadamente 64 hectares. Serão destinados a pessoas jurídicas, no caso, empresas do agronegócio, ou cooperativas que apresentem concorrência. Também será feita uma espécie de licitação para selecionar as organizações participantes.



Lotes Assentamento: Estes lotes foram acrescentados nos modelos mais recentes do projeto, eles são para uso dos assentamentos que circundam o projeto, e um deles é destinado para pesquisas feitas por instituições de ensino da região. Seus tamanhos variam de acordo com a população da comunidade a que se destinam, dispostos desta forma: Escola Agrícola – 47, Vila Nova e Soledade – 211 hectares, Milagres – 140 hectares, Aurora da Serra – 261 hectares, Moaci Lucena – 194 hectares, Paraíso – 117 hectares, Laje do Meio – 104 hectares.



Vale lembrar que nenhum dos lotes do projeto passará a pertencer a quem ganhar o direito de utilizá-lo depois da concorrência, eles continuarão sob a posse do DNOCS, e os beneficiários do projeto devem seguir todas as orientações da autarquia sobre a utilização da área, inclusive o que, e como, plantar lá.



Esse, inclusive, é o tema do nosso próximo texto da série, até lá.



Ficou com alguma dúvida? Comente, e vamos debater este assunto tão polêmico no nosso município!



Jairo Baraúna

0 comentários:

Postar um comentário